quarta-feira, dezembro 28, 2011

Falar em racismo em época Natalícia

Pode até parecer estranho estar a escrevinhar sobre este género de assunto nesta época (…) Nesta, em que as pessoas se encontram em reconciliação consigo mesmas, com o perdão, e na busca de paz, amor entre família e de fraternidade para com os restantes que os rodeiam, assim como Jesus transmitiu na terra, nos anos da sua pregação de paz, amor e fraternidade entre nós, como sendo a vontade de Deus (o supremo benfeitor).

Mas, lembrei-me de uma situação que ocorreu em tempos. Fui convidado para um convívio de final de ano com uma rapaziada de uma escola secundária da Margem Sul (…) No entanto, eu iria tocar o meu “Positivismo” e falar um pouco mais sobre que faço e por além (…) Não aconteceu e, perto de mim alguém soprou num tom real no meu ouvido, dizendo, “a câmara municipal da zona não teve em atenção ao material técnico necessário para que esta rapaziada realizasse esta actividade de final de ano (férias de Natal), porque são na sua maioria “negras” e brancos de classe baixa que vivem em bairros sociais como, Quinta da Princesa, Arrentela e”, isto pode até não ser uma veracidade, digo até, porque conheço o país onde resido. Esta situação ficou-me na mente até hoje decidir escrevinhar sobre o assunto.

Não é suposto as Câmaras Municipais na sua gestão como sendo instituições sociais que visam dar respostas as necessidades dos munícipes, criar equipamentos sociais de entretenimento e de carácter social e educativo que promova interacção entre os adolescentes e lhes estimule o interesse pelo meio onde estão inseridos? Dando também mais estímulo e atenção aos “jovens em abandono”, criando actividades que lhes desenvolvam, ou se não, é um dever destas instituições desenvolver este trabalho dentro das suas estruturas?

Por sua vez, sendo esta rapaziada de bairros sociais “pobres” e necessitando de maior atenção de instituições sociais na qual este é o seu serviço (…) mais uma vez, deviam estar mais preocupados e não deviam ter falhado com aquela rapaziada que, ficou muito “excitada” de forma negativa por saber que eu e o outro convidado (músico) que também iria fazer parte da actividade, já não podia-mos tocar para eles por motivos técnicos. Ok! Estou a falar de rapaziada na sua maioria crianças “negras - pretuguesas” e brancas “pobres”, merecem o abandono por parte desta sociedade? Haja humanismo.

Apesar de me encontrar faseado entre uma onda mais espiritual e outra social mais “calculista” (não tão explosivo), sei que estas mostras negativas, são a evidência de falta de amor e paz no coração e na mente dos homens e mulheres no mundo, mas ainda sim, sinto-me mal em falar sobre a existência do racismo em pleno ano 2011, e é ainda mais mau, saber escrevo em época de Natal.

Feliz época Natalícia e que o próximo ano seja mesmo próspero para todos. Paz e Amor.

sábado, setembro 10, 2011

Em homenagem ao Dr. Agostinho Neto "Héroi Nacional de Angola"

A CASA DE ANGOLA EM PARCERIA COM A XIIKS E O RESTAURANTE MULEMBA XANGOLA E A ASSOCIAÇÃO GRIOT ORGANIZA UM JANTAR COMEMORATIVO DO "DIA
DO HERÓI NACIONAL" NO PRÓXIMO DIA 17 DE SETEMBRO.

LOCAL: RESTAURANTE MULEMBA XANGOLA
Largo José Afonso nº 4L
Olival de Basto
Telefone: 21 6017082

MENU DIPANDA - 30 €

Kitutes da terra
Moamba de galinha
Kalúlu
Sobremesa
Vinhos, sumos, águas
Café

Apresentação do single promocional do Rapper PM intitulado "POSITIVISMO"
Declamação de poesia e dissertação sobre o nosso HERÓI NACIONAL SR.
DR. AGOSTINHO NETO - TEATRO GRIOT
Música e sembada

CONTAMOS CONVOSCO!

Marcações para : Mizé Cassoma 21 6017082 - 935842221
Casa de Angola - 213863496 - 963882015
Xiiks - 917000476

FAÇA JÁ A SUA RESERVA

Apresentação do Movimento Social "Plataforma Gueto (Jornal Gueto - Ouvidos e Vozes)"

Não percam hoje, dia 10 de Setembro, as 21h00 na Galeria Zé Dos Bois (Bairro Alto) em Lisboa, apresentação do "Movimento Social Plataforma Gueto (Jornal Gueto - Ouvidos e Vozes)".

Haverá ainda, passagem de filmes e documentários sobre a luta dos povos no mundo e também uma performance musical com o rapper "Lord G (TWA)".

Apareçam!!! É nós...
Justiça, Unidade, Paz e Amor

quinta-feira, agosto 11, 2011

Nota de Imprensa - Poesia D’Agosto com o Movimento Lev’Arte

O Movimento Lev’Arte Angola vem por intermédio desta via dar a conhecer as actividades agendadas para o mês de Agosto.

Sinta-se convidado e partilhe connosco momentos dedicados à poesia.

Agenda:

“Poesia Eu Vivo” - Acontece todas as Quintas-Feiras no King's Club/Vila Alice;

Próximas actividades: Dias 11, 18 e 25 de Agosto.

“Poesia à Volta da Fogueira” - Acontece todo segundo Sábado de cada mês, na União Dos Escritores Angolanos/Largo das Escolas;

Próxima actividade: Dia 13 de Agosto.

“Poesia na Mulemba” - Acontece todo terceiro Sábado de cada mês, na Universidade Hip Hop/Petrangol;

Próxima actividade: Dia 20 de Agosto.

“Kruzeirus da Poesia” - Acontece quinzenalmente a Sexta-Feira no Restaurante Kruzeirus 13/Cruzeiro;

Próxima actividade: Dia 19 de Agosto.

Contamos com a sua presença e total apoio para divulgação e cobertura destas actividades.

Fonte de informação: Movimento Lev´Arte

levarte.angola@gmail.com

www.levarteangola.blogspot.com

www.fazemosacontecer.blogspot.com

domingo, junho 05, 2011

“Sociedade portuguesa é nada BELA-á-VISTA” by Mutchiry Mohamed akzur - 2ª parte

Agora levanto questões relactivamente a investidas por parte da comunicação social, quando se trata de assuntos relacionados a comunidade africana aqui migrada. Será apenas pela concorrência entre organismos no desafio de notícias polémicas, ou mesmo vontade inconsciente e espiritualmente racista destes organismos, expandindo o ciclo vicioso de tenção sócio racial, conotando o título de patinhos feios a comunidade?

Comunidade esta, que sempre produziu e produz cada vez mais para o PIB Português. Se existem muitos emigrantes africanos em situação de ilegalidade, produzindo para o mercado de trabalho sobrevivente, é porque produzem para um sistema desleal e corrupto (como é que um emigrante “ilegal” desconta para segurança social? absurdo). Com a onda sensacionalista por parte de alguns órgãos da comunicação social, a comunidade acaba repontada por vezes, como a causa da instabilidade social pela incapacidade destes governos falhados e do projecto económico ocidental falhado.

Numa visão generalizada, sem retirar créditos a produção de outros grupos estrangeiros cá migrados, a comunidade africana arrasta anos de legalidade e de contribuição de impostos nas suas mais variadas actividades. Mesmo sendo a massa aqui migrada, menos bem tratada pelo factor racismo. Não quero se quer desligar-me de outros grupo, sei que esta separação tem sido a batalha do sistema, criando estatutos entre emigrantes, de primeira e de segundas categorias, desvanecendo a união por uma luta comum contra os infames, desrespeitos e abusos aos emigrantes. Por esta análise, devíamos lutar cada vez mais juntos e juntos da “classe baixa” portuguesa, por sua vez, também injustiçada por esta má politica de governação que beneficia apenas aos ricos e os seus capatazes.

Voltando-se para a situação da comunidade africana aqui migrada, a opressão racial é bastante visível, por vezes de forma agressiva, inconsciente e descontrolada. Em meados de 2009, agentes de ordem pública da PSP (verdadeiros gorilas policiais) “invadiram” casas, ofenderam física e verbalmente crianças, jovens, mulheres e idosos emigrantes afros e seus descendentes já portugueses, no bairro da “BELA VISTA” em Setúbal. Deixaram como vigias da esquadra na localidade durante algum tempo, polícias especiais, militarmente bem armados como verdadeiros tubarões de guerra, com o pretesto de salvaguardar a estabilidade aos que ali vivem. E como se não faltasse, a comunicação social tirou partido.

Não ligando muito a notícias sensacionalistas destes jornais e televisões, desde a invenção do “arrastão”. Desloquei-me ao bairro e, por testemunhos oculares, tive acesso a realiadade dos factos. No final do mês de Agosto do mesmo ano, a policia “invadiu” um outro bairro, à “Quinta da Princesa” no Seixal. Estes ataques contra a comunidade africana continuam, marginalizando as zonas, transparecendo para quem não conhece a realidade nos bairros sociais em Portugal, “serem o inferno da sociedade”.

Irmãos, vamos continuar a deixar o sistema invadir as nossas casas, ofenderem as nossas mulheres, pais, irmãos, vizinhos e traumatizarem os nossos filhos? Peço apenas que estes governos firmem estruturas sociais mais sólidas, promovendo intercâmbio cultural e que, repensem em alternativas sociais mais solidárias, no que diz respeito a integração de quem procura estabilidade, amor e paz. Sangue por sangue não é a melhor solução, mas então o que faremos nós? De segregação, racismo e humilhação estamos fartos.

Numa visão politica, tenho assistido também, cada vez mais partidos a beneficiarem-se da ignorância racial e da fragilidade de cidadãos que não conhecem os seus direitos, por sua vez afastam estes da participação cívica de forma activa por não se identificarem com politica nenhuma. Contribuindo assim, para que cada vez mais só participem os abastados e seus seguidores.

Longe de ambições partidarias e asceções políticas, tenho a perfeita noção de que “temos” de nos agregar a partidos de esquerda, como por exemplo o BE (Bloco de Esquerda), entre outros partidos que defendem os direitos de quem trabalha, como também participam na luta junto de “minorias” que, lutam pelo respeito e dignidade humana. O BE tem ganho o seu espaço como oposição parlamentar em “beneficio” dos portugueses e de quem contribui por Portugal. Tem apresentado consistência na sua politica social, mas todo esforço é necessário para a apoiar o partido na luta contra os fascistas e capitalistas de direita em Portugal e no seio da união europeia.

Esta minha opinião já levantou muitas questões quando a exponho a outras pessoas. Questões como: Será que o ego do homem ou os interesses primordiais do partido mencionado não são mais fortes do que o compromisso com os outros grupos? sei também que não tenho representação politica parlamentar porque não me identifico com partido algum nesta perspectiva, ou seja, quando se fala em prol de Portugal não sou mencionado, a não ser por interesse nacional por excepção. Se lembrará o BE, falar pelos direitos da minha comunidade enquanto emigrante ou dos seus descendentes já portugueses? Ou este pormenor arruinará o seu percurso político no seio de uma sociadade cega, vazia e racista?”. Apenas questões que surjem.

Por isso, jovens portugueses afro descendentes e de outras comunidades, sejam conscientes e tecnicamente políticos quando forem exercer o vosso direito ao voto. Participem de forma activa nos planos sociais, temos de deixar de apanhar as nossas brancas nulas na street, de nos embebedarmos exageradamente de álcool de ignorância, e começemos a pensar como gente grande. Ou serão os nossos filhos a lutar amanhã? Temos de dizer hoje, estamos fartos da opressão e do racismo.

Famílias, espero que tenham entendido e percebido o meu pensamento, mesmo não sendo de grande profundidade escrita, como emblema político, estou tranquilo de que, este pequeno manifesto é sem margem de duvidas, em prol do bom reino entre os homens, de justiça, paz e amor. Porem, fica aqui expresso o meu pensar. Votem mais a esquerda.

Texto por: Mutchiry Mohammed Akzur
Escrito em: 27.06.2009 á 06.09.2009 (Lisboa – Portugal)

quarta-feira, junho 01, 2011

Feliz 1 de Junho - Dia Mundial da Criança

Feliz Dia da Criança, para todas as crianças do mundo, principalmente para aquelas que precisam de um simples carinho, abraço, amizade, família, amor, paz, esperança e lembrança dos adultos (nós...) Por isso mando um especial e forte abraço com muito carinho e respeito para os meus irmãozinhos da "Aldeia de Crianças SOS" de Benguela em Angola.






by PM (Poderoso Mensageiro) in facebook PM Lirical.

terça-feira, maio 31, 2011

O que representa o dia 25 de Maio para os Africanos e seus descendentes?

No dia 25 de Maio de 1963 reuniram-se 32 Chefes de Estado africanos em Addis Abeba (Etiópia), com ideias contrárias à subordinação a que o continente estava submetido durante séculos (colonialismo, neocolonialismo e "partilha da África").

Os 32 estados africanos já independentes na altura assinaram a carta que constituiu o maior acto de compromisso político dos líderes africanos, que visou a aceleração do fim da colonização do continente.

Dessa reunião, nasceu a OUA (Organização de Unidade Africana). Pela importância daquele momento, o 25 de Maio foi instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 1972, Dia da Libertação de África.

O dia representa também um profundo significado da memória colectiva dos povos do continente e a demonstração do objectivo comum de unidade e solidariedade dos africanos na luta para o desenvolvimento económico continental.

A criação da OUA traduziu a vontade dos africanos de converterem-se num corpo único, capaz de responder, de forma organizada e solidária, aos múltiplos desafios com que se defrontam para reunir as condições necessárias à construção do futuro dos filhos de África.

Entretanto, de todos esses pressupostos, é facto reconhecido que a libertação do continente do jugo colonial e o derrube do regime segregacionista do Apartheid, durante anos em vigor na África do Sul, foram eleitas como as tarefas prioritárias da OUA.

Como a OUA mostrou-se incapaz de resolver os conflitos surgidos continuamente em toda a parte do continente, os golpes de estado tornaram-se uma prática.

A construção de uma verdadeira unidade entre os países membros é ainda inexistente, sendo exemplos disto, os golpes de estados e as guerras civis no continente.

Economicamente, os indicadores também estavam longe de serem animadores, concorrendo para isso a própria instabilidade militar e as múltiplas epidemias.

Assim, a 12 Julho de 2002, em Durban, o último presidente da OUA, o sul-africano Thabo Mbeki, proclamou solenemente a dissolução da organização e o nascimento da União Africana, como necessidade de se fazer face aos desafios com que o continente se defronta, perante as mudanças sociais, económicas e políticas que se operam no mundo.

Contudo, resolveu manter a comemoração do Dia de África a 25 de Maio, para lembrar o ponto de partida, a trajectória e o que resta para se chegar à meta de “uma África unida e forte”, capaz de concretizar os sonhos de “liberdade, igualdade, justiça e dignidade” dos fundadores.

Outro objectivo principal da UA continuará a ser a unidade e solidariedade entre os países e povos de África, defender a soberania, integridade territorial e independência dos seus Estados membros e acelerar a integração política e socioeconómica do continente, para realizar o sonho dos “pioneiros”, que em 1963 criaram a OUA.

Dos 54 estados africanos, 53 são membros da nova organização: Marrocos se afastou voluntariamente em 1985, em sinal de protesto pela admissão da auto-proclamada República Árabe Saharaui, reconhecida pela OUA em 1982.

Apesar de se registarem actualmente em África alguns conflitos de carácter político, pode-se dizer que a maioria dos países do continente possui governos democraticamente eleitos.

De uma forma geral, os governos africanos são repúblicas presidencialistas, com excepção de três monarquias existentes no continente: Leshoto, Marrocos e Swazilândia.

Parcerias são formadas diariamente ao abrigo da NEPAD (Nova Parceria para o Desenvolvimento da África), um instrumento da União Africana que se baseia em relações e acordos bilaterais num ambiente de transparência, responsabilização e boa governação.

A África tem aproximadamente 30,27 milhões de quilómetros quadrados de terra. Ao norte é banhado pelo Mar Mediterrâneo, ao leste pelas águas do oceano Índico e a oeste pelo oceano Atlântico. O sul do continente africano é banhado pelo encontro das águas destes dois oceanos.

É o segundo continente mais populoso do Mundo (depois da Ásia), com aproximadamente 800 milhões de habitantes.

Basicamente agrário, pois cerca de 63 porcento da população habita no meio rural, enquanto somente 37 % mora em cidades. No geral, é um continente que apresentando baixos índices de desenvolvimento económico.

O PIB (Produto Interno Bruto) corresponde a apenas um porcento do produto mundial. Grande parte dos países possuem parques industriais pouco desenvolvidos, enquanto outros nem sequer são industrializados, vivendo basicamente da agricultura.

O principal bloco económico é a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), formada por 14 países: Angola, África do Sul, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Ilhas Maurícias, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

Obs: alguns dados no texto, possivelmente podem não ser certos, pois é um texto de 2010, o mais importante é informação sobre o que representa para o mundo, principalmente para nós africanos, o dia 25 de Maio. Resolvi postar este texto porque alguem questionou-me no facebook, não saber o significado da data e do mês de Maio para nós afros e descendentes. Ass@PM aka Poderoso Mensageiro. Paz e Amor

Fonte de informação: ANGOP (Agência Angola Press) - 2010

segunda-feira, maio 30, 2011

Já foi postado a 1ª parte do artigo de Mutchiry Mohamed Akzur

Caros, não foi possível postarmos o artigo “Sociedade Portuguesa nada BELA-a-VISTA”, no dia de África, por alguns contratempos, mas já esta o poste da 1ª parte do artigo, a segunda parte, já não será postada no dia de Portugal (10.06.2011), sim no dia 04.06.2011, isto é sinal de compromisso para com os portugueses que ainda não decidiram em quem votar no dia 05.06.2011, não vote em branco (votar é um compromisso cívico).

by: hiphopexcentrico - H2EXC © 2011

“Sociedade portuguesa é nada BELA-á-VISTA” by Mutchiry Mohamed Akzur - 1ª parte

Os anos passam, parece que nada muda nesta sociedade, regularmente sempre igual, excepto o cinismo que aparenta estimular e crescer com o estado da cidadania. Onde só muda a terminologia dos adjectivos mas não o sentido das palavras. Onde acontecem somas de injustiças e nada de justo se vê, posso até parecer desligar-me de coisas muito boas que vejo e já vi por cá, como por exemplo o €uro 2004 entre as festas dos “Santos Populares” (risos).

Mas o que me salta à VISTA e que não é BELA, é o facto de Portugal ainda hoje, se parecer com o Portugal do antigamente, com situações que já não deviam existir no ocidente deste tempo (ocidente do sonho, união, transparência, tranquilidade, acolhedor, de liberdade e paz). Mas não, a ironia não me vai consumir nesta hora, pois ainda me caiem lágrimas ao visionar inúmeras injustiças, e onde andará a justiça? Porque a que vivemos, se parece com a de ontem, protege apenas a hierarquia do estado e os grandes senhores, levando para a choça o bode expiatório que lhes apetece.

Por vezes penso, será que, com um espírito de um movimento como a ETA em Portugal por exemplo, ou o anarquismo fervendo, faria com que terminassem os abusos sucessivos destes governantes contra o povo português, que sofre cada vez mais? Portugal é pertence dos portugueses e de quem produz por Portugal (o povo). Não estarei eu a ser muito pessimista? Hum! Olhem para as autoridades policiais, revoltados com a falta de condições que lhes é dada (miséria, má qualidade de formação e de equipamentos de serviço) reflectindo-se na péssima actuação como elementos da segurança pública. Por vezes, já não asseguram os cidadãos, muito pelo contrário, agridem, oprimem, ofendem física e verbalmente, roubam, espancam e matam por frustração, e assim aumenta cada vez a onda de crimes no seio policial e um espírito de revolta nos cidadãos.

A oito, nove anos atrás existiam menos crimes, “mais” policiamento do que existe agora. Os agentes policias eram mais bem educados e em reciprocidade os cidadãos para com as autoridades de segurança pública. Existia sem dúvidas, mais condições para todos. Digam-me agora, quem falhou neste cenário? Quem são os maus nesta fita? O governo, a polícia, os cidadãos? O canhão procura sempre a carne mais próxima e frágil para fuzilar (nós os emigrantes, contribuintes, principalmente os afros e seus descendentes), pois não rompe uma muralha de aço bem sólida a terra. Sabemos nós que, por de trás de uma farda policial, militar ou de outra autoridade pública qualquer, existe um homem, haja sensibilidade e humanismo.

Parece que não, voltamos ao tempo antigo, pode parecer até um discurso angolano como aquele que musicou, “tamu sempre a subir pa tragi – Dog Murras” (em vez de caminhar-mos para frente, retrocedemos). Aqui é Portugal, onde a comunidade “Africana” migrada, levou e ainda leva por tabela a rajada de vários lados, de um lado o saber para mal reinar (políticos manipuladores) e do outro, a ignorância sócio-racial, fruto da negligência ou se não, da ingerência governamental no que diz respeito a integração sócio-cultural. Os anos se arrastam e nada muda, estamos em pleno século XXI, e nós no mesmo sítio, no processo de integração contínua como diz ou outro. Barrados de participar de forma activa na sociedade, excepto quando e onde lhes convém, ou se te tornares num preto diferente, o preto “bem integrado”.

E num ápice estamos a assistir ao “neo esclavagismo”, onde existem os capatazes (pretos de classe media alta indiferentes com o que lhe rodeia e os tais pseudo intelectuais diferentes dos outros pretos), os governantes aparecem como novos donos de escravos (patrões e empresários associados ao estado e as câmaras, no ganho de concursos públicos extraordinários e…) e os novos escravos (hoje não são apenas pretos na sua maioria, somos todos nós utentes, contribuintes explorados e dependentes da consciência dos “patrões”). Neste cenário, acontece também o contínuo desrespeito a comunidade “Africana” perante a sociedade, cujo maior impulso por vezes, é fruto da má luz de infâmia, suportada por alguns órgãos da comunicação social, mas que má alma humana, parece até não saberem da influência que têm sobre a consciência da cidadania, esta é a “BELA VISTA” do “Pretugal” em que vivemos…
- O texto continua… Brevemente a 2ª parte do texto -

Texto por: Mutchiry Mohamed Akzur
Escrito em: 27.06.2009 á 06.09.2009 (Lisboa – Portugal)

Obs: Família, tivemos um problema com a actualização deste texto… por isso não foi possível postar no dia de África como prometemos, finalmente já temos o problema solucionado e eis o texto. Como sabem este é o nosso, meu espaço blog de descompressão, longe do meu projecto artístico no blog www.pmlirical.blogspot.com, longe do espaço blog de música urbana e “negócios” que é o www.lirical-record.blogspot.com. Porém estarei um pouco ausente de novo… mas lembrem-se meus caros, podem enviar o que quiserem para hiphopexcentrico@gmail.com, que a gente divulga aqui, desde que, não seja nada que choque com os valores deste espaço livre.

by: PM aka Poderoso Mensageiro - 2011.